Reconstruindo os muros
O muro ficou pronto no vigésimo quinto dia de elul, em cinqüenta e dois dias. Quando todos os nossos inimigos souberam disso, todas as nações vizinhas ficaram atemorizadas e com o orgulho ferido, pois perceberam que essa obra havia sido executada com a ajuda de nosso Deus. (Ne 6:15-16)Desde que eu tomei a iniciativa de fazer comigo mesmo um compromisso de todo dia ter um tempo à sós com Deus, tenho aprendido algumas coisas com Ele. Na verdade, eu creio que Ele tem me dado algumas peças de um grande quebra-cabeça. E o que eu quero compartilhar com você aqui é a peça que eu recebi recentemente.Eu estou lendo o livro Descobrindo Deus nos lugares inesperados (que, por sinal, é excelente! Recomendo!), em que o Philip Yancey reserva um capítulo especialmente para falar de Esdras e Neemias. Embora os dois contemporâneos tivessem pela frente o mesmo desafio – “cada um procurou reavivar os refugiados abatidos em Jerusalém, persuadindo-os a reconstruir os muros da cidade e purificar a moral” –, eles tiveram abordagens completamente diferentes para tratar do assunto.Esdras era um sacerdote, um místico. Quando ele percebeu o drama moral que o cercava, rasgou as próprias vestes, arrancou os cabelos e os fios da barba e ficou sentado no chão, estarrecido, durante horas. Já Neemias adotou uma tática diferente, um tanto mais confrontadora. (Ao invés de seu próprio cabelo, Neemias andou arrancando os dos outros). O impressionante é que os dois, juntos, conduziram um dos maiores reavivamentos da história. As duas abordagens foram bem-vindas e tiveram, cada uma, o seu papel fundamental.Empolgado com a leitura do livro, resolvi partir para Esdras e Neemias, na Bíblia. O tema central dos dois livros é bastante simples de ser identificado: reconstrução (no caso, dos muros de Jerusalém). Refletindo sobre o texto e pensando em outros aspectos, acabei colhendo alguns princípios importantes (que se aplicam em todas as áreas da nossa vida). Eis alguns deles:· Quanto mais destruído o “muro” estiver, mais difícil será a reconstrução deste. É meio óbvio, mas extremamente importante! Falo por mim mesmo: eu tenho a tendência de “chutar o balde” quando percebo algum defeito no meu “muro”. Eu penso: “Quer saber? Um buraco a mais não faz diferença!”. Mas faz... E como!· Dificilmente um “muro” irá ao chão de um dia para o outro. Pequenas infiltrações são facilmente desapercebidas. Elas estão lá, trabalhando incansável e diariamente para tudo ir à pique. Posso dar alguns exemplos? Uma grosseria que você faz com a sua mãe, pequenas negligências durante a semana, televisão ligada mais tempo do que deveria. Enfim, cuide também das pequenas coisas.· Quer reconstruir algum “muro” da sua vida? Traga de volta a Palavra de Deus. Foi exatamente isso que Esdras e Neemias fizeram. Deu certo com eles... (Tenho motivos de sobra para acreditar que vai dar também com a gente).· A adoração faz parte da reconstrução.· Muito provavelmente você precisará de ajuda. Grandes “muros” não são reconstruídos por apenas uma pessoa. Cerque-se de outros “operários” – gente que vai estar ao seu lado nesse momento singular.· Alguém não estará nada satisfeito com a reconstrução do seu “muro”. Você já sabe quem, né?! Ele não medirá esforços para ver você, frustrado, abandonar a “espátula” e o “cimento”. Com toda certeza, você será atacado com uma série de pensamentos, sentimentos e vontades no sentido de parar a reconstrução. Mas, não desista! (Mais uma vez, destaco a importância de se ter gente de Deus por perto).· Depois que o muro estiver reconstruído, é só alegria! Festa! Vale a pena...